quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. África é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quênia) têm cerca de cinco milhões de anos. O Egito foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas.

Estima-se que o arco musical tenha surgido por volta de 1500 A.C., e instrumentos derivados do arco foram encontrados nas mais diversas regiões do mundo, Novo México, Patagonia, África e estiveram presentes nas mais variadas civilizações, entre elas a egípcia, fenícia, hindu, persa, assíria. Porém há registros do berimbau da forma que conhecemos na África. De lá ele foi trazido ao Brasil pelos escravos africanos.
Pode ser chamado de pudim ou de bolo de tapioca, não é levado ao fogo. Coloca-se num recipiente a farinha de tapioca, um vidro de leite de coco, um copo de leite, açucar a gosto e coco ralado. Depois de misturar bem os ingredientes, colocar em uma forma e levar para a geladeira. Servir gelado natural ou com calda de frutas.

Era uma vez um país chamado Brasil. Depois que os portugueses tomaram posse do país, trouxeram da África muitos negros para trabalhar como escravos. Eles trouxeram suas músicas, suas danças, suas línguas, sua religião e muitos outros costumes, que com o passar dos anos, foram se misturarando com os dos índios que aqui moravam e com os dos portugueses. Vários desses costumes viraram partes importantes da cultura do país, mas muita gente não se lembra de que eles foram trazidos pelos escravos. A coleção Lembranças Africanas fala dessa herança. Em feijoada, Sonia Rosa conta como uma iguaria originalmente trazida pelos Portugueses — feijão com miúdos de porco — foi adotada pelos escravos, que a ela adicionaram outros sabores: feijão-mulatinho e preto do Brasil, arroz, couve, farofa, laranjas… E assim nasceu o cartão de visitas da cozinha brasileira. Saborosamente ilustrado por Rosinha Campos.

A mandioca, as ervas e algumas plantas indígenas foram fundamentais para a criação do caruru; o óleo-de-dendê, vindo pelos mares, deu o toque especial ao acarajé e a muitos outros pratos da culinária afro-brasileira, sobretudo, a nascida no Recôncavo Baiano. O cuscuz, originário da África do Norte, foi recriado aos moldes brasileiros, e ganhou um toque açucarado, feito com leite e leite de coco; além, claro, do cuscuz paulista, feito com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. Estes são apenas alguns exemplos da riqueza de nossa culinária afro-brasileira, com a qual as matrizes africana, indígena e européia muito contribuíram.

dança dos negros

A capoeira surgiu entre os escravos como um grito de liberdade. Os negros da África, a maioria da região de Angola, foram trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar como mão de obra escrava. Segundo Menezes (1976), a vida dos negros trazidos da África de maneira forçada, brutal, consistia em trabalhar de sol a sol para os senhores portugueses que exploravam as riquezas brasileiras desde o descobrimento. Chegando a nova terra, (os escravos) eram repartidos entre os senhores, marcados a ferro em brasa como gado e empilhados na sua nova moradia: as prisões infectadas das senzalas. Os colonizadores agrupavam os africanos de diferentes tribos, com hábitos, costumes e até línguas diferentes, eliminando, assim, o risco de rebeliões. Os negros chegavam ao Brasil, depois de passarem dias empilhados em navios negreiros, trazendo como única bagagem suas tradições culturais e religiosas. O negro trouxe consigo suas danças e lutas guerreiras que de muita valia veio a se tornar para os escravos fugitivos.